segunda-feira, 26 de maio de 2008

Coisas estranhas parte II

Voltemos ao tópico coisas estranhas em Israel:
Aqui não existe uma organização numérica. Explico: Moro no apartamento 220, porém ele se situa no quarto andar. Existem prédios que os apartamentos são numerados a partir do número 1, o vizinho é o número 2, o outro é o número 3 e assim vai até o último andar. Mas como saber o andar quando a pessoa te convida pra ir na sua casa e fala que mora no apartamento 5? Se for dois apartamentos por andar o indivíduo mora no terceiro. Se for cinco por andar é no primeiro. Entendem? Nem eu!
E não acaba por aí o problema com números, desta vez é em relação aos horários. Banco, plano de saúde, instituições públicas, lojas e serviços em gerais tem horários próprios. Tem banco que abre às oito da manhã em um dia, no outro é às nove, um dia fecha às quatro, outro às cinco. Não tem explicação. É assim e ponto! Um dia precisávamos comprar um material elétrico, rodamos a cidade inteira, tudo funcionando, menos as lojas de eletrônica, resolvemos perguntar e nos falaram que terça - feira esse tipo de loja não abre. Loucura, loucura, loucura!! E isso não é só em Raanana, é um sistema instituído no país todo, vai entender...
Aqui também não existe tanque de lavar roupa, só máquina, e a coisa mais comum é ver varal com roupas, pendurado do lado de fora da janela, mesmo em prédios classe A.
Sábado não existe condução pública. No Shabat todos respeitam o dia do descanso, mas se você não quiser descansar é melhor arrumar um carro, carro este que provavelmente, como todos os outros não vai sentir nem o cheiro de água. Sim, ninguém lava carro aqui.
E assim é, não se discute.

Kiss! Lehitraot!

sábado, 24 de maio de 2008

Fora do ar

Estou afastada do blog por problemas técnicos. A sala de computador aqui do Mercaz Klitá ficou fechada, logo nos fechamos para o mundo também. Mas, estamos providenciando nossa banda larga, e tão logo isso aconteça prometo não abandonar o blog.
As novidades são tantas que não cabem aqui, mas resumidamente lhes conto o que andou a se passar em nossas vidas nesses últimos dias que ficamos desconectados do mundo.
Em ordem cronológica, estivemos em Tel Aviv participando de uma festa de Brit Milá. O lugar foi fabuloso, num bar a beira mar, cujo mar era o mediterrâneo. O clima era lounge, descontraído, pessoas interessantes, comidas idem e decoração maravilhosa, afinal o mar mediterrâneo estava lá, na nossa frente, soprando bons ventos. Léo reencontrou seus amigos de longa data, e isso deixou o ambiente familiar, com velhas recordações, papos de aventuras antigas e a percepção do envelhecimento e mudanças físicas do amigo que não se via a muitos anos, sim do amigo, afinal nós nunca envelhecemos, nosso espelho só funciona para o outro que se olha. Estive em Tel Aviv, mas não a conheci. Só vi o mar e corri pelas ruas até chegar nele. Eu esperava mais da cidade, mas não fiquei decepcionada.
Passeamos também em Askhelom, cidade do nosso amigo Jacques. Passamos o dia por lá. Vimos a praia de lá. Bonita, mas estranha se comparada as nossas. Não por uma questão geográfica, afinal praia é praia em todo o mundo, acho que é a energia brasileira, que transcende qualquer explicação.
Fomos em Ein Hod onde assistimos um show de música clássica a céu aberto.
E por fim o passeio mais emocionante foi o de Massada. Estive nas ruínas do palácio do rei Herodes e vi o mais lindo nascer do sol em meio ao nada, ou seria ao tudo, pois a grandiosidade daquelas montanhas de areia do deserto da Judéia, era a arte de Deus escancarada na nossa frente.
Um dia antes estivemos na arena em frente a montanha onde fica a fortaleza de Massada, teve um show de luzes onde foi contada a história desta fortaleza. Dormimos num acampamento de beduínos, povo nômade que habita o deserto. Acordamos as 4 da manhã e subimos Massada. De tarde fomos em Ein Ged, tomamos banho de cachoeira e depois direto ao Mar Morto. Lindo e muito, mas muito salgado. O mar tem 33% de sal e por isso não há como mergulhar, você bóia mesmo que não queira. A cor é linda! É um azul turquesa com bordas brancas de sal. A paisagem também se completa com os banhistas um tanto quanto estranhos e mulheres vestidas de preto até a alma tentando sentir o prazer de se molhar em público. Mulheres que não se mostram e por isso mesmo ficam em evidência.
Voltamos exaustos, mas com a alma muitíssimo lavada. A noite teve fogueira em um Kibutz onde mora um amigo do Léo. Novamente reencontro com outros velhos companheiros de infância.
Também nesse tempo de desconexão, compramos bicicletas ou ofanai, como se diz por aqui, comecei as aulas com uma turma bastante eclética. Minha turma é uma torre de babel perfeita. Tem gente da Ucrânia, Romênia, França, Turquia, Japão, Africa do Sul, Vietnã, Eslováquia e dois brasileiros. Ou eu falo hebraico ou eu falo inglês, não tenho escolha.
Bom, devo ter perdido algum detalhe, afinal já se passou muito tempo desde a última postagem. Mas se é detalhe não precisa estar aqui.

Kiss! Lehitraot!

sábado, 10 de maio de 2008

Lavar roupa todo dia...

Hoje foi dia de lavar roupa. Aqui o sábado é como se fosse o domingo no Brasil, a maioria das pessoas tiram o dia pra descansar e nós aproveitamos que a lavanderia estava vazia pra pôr as roupas em dia.
Não podia deixar de contar essa experiência maravilhosa! Bem, pra começo de conversa temos um card que recarregamos com skalins, que é a moeda daqui, e temos que inserí - lo na máquina pra que se possa efetuar a lavagem. O tempo varia de acordo com o tipo de programa, exemplo: roupas coloridas, roupas finas, roupas pesadas, etc. Mas o lance aqui é colocar sempre na programação de número 2, não sei porque, mas foi o que uma cubana nos ensinou e assim foi feito. Durou mais ou menos 30 minutos. Feito isso, chegou a hora de secar a roupa! Temos que inserir o card novamente na secadora e esperar mais uns 40 minutos.
Quando fomos tirar a roupa da secadora percebemos que algumas roupas não haviam secado, então reprogramamos a máquina pra secar por mais um tempo. Tinha uma francesa aguardando, quando ela viu que usaríamos novamente a máquina, pude ter contato pela primeira vez com a "delicadeza" européia.
Por fim, chegou a hora de dobrar e guardar as nossas roupinhas. Sim, nossas roupinhas!!! Após a secagem algumas roupas encolheram e ganhei um mini vestido e Léo uma baby look! Viva a modernidade!

Kiss! Lehitraot!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

Coisas estranhas parte I

Bem, vou começar o tópico de coisas estranhas em Israel com a multa a pedestres. Pois é, aqui pedestre toma multa! Se atravessarmos o sinal vermelho e tiver um guarda vendo, ele pedirá nossa identidade (Teuda Zeut) e nos multará. O mais engraçado é que funciona. Todos atravessam na faixa e no sinal verde. Não tem essa de sair correndo pela avenida pra economizar caminho. Temos que ir até a faixa de pedestre, mesmo que esta esteja a alguns metros adiante do ponto que desejamos ir.

O mais incrível é que eu estou a três dias em Israel e não consigo mais atravessar fora da faixa, nem atravessar com o sinal vermelho, mesmo que não esteja vindo carro.
Já me percebi parada na calçada, com a pista vazia, nada de veículos trafegando e eu esperando tranqüilamente o sinal ficar verde... Estranho, muito estranho!

Kiss! Lehitraot!

Enfim chegamos!!!

Chegamos bem! A cidade é linda! Me sinto em casa. Já fizemos compras no supermercado e na loja de apetrechos para casa. O quarto é simples, mas é confortável. Até agora todos foram muitos simpáticos.

O ar é bem seco, cheguei com rinite por causa das horas no aeroporto e avião. Em Paris foi tudo muito rápido. Por falha do piloto vimos a torre Eifel e o rio Sena. Pois é, o piloto teve que arremeter e nos proporcionou um passeio pelo alto de Paris, que é linda, mas o Rio é mais bonito, modéstia à parte. Por falar em Paris, bebemos uma água de 300ml que nos custou 9 reais, mas a sede era grande, não pensei duas vezes, o problema é que quando fui ao banheiro vi que tinha um bebedouro fantástico... Oh my God!! Meus euros foram por água abaixo literalmente.

As aulas ainda não começaram, talvez semana que vem. A cidade está em festa, é o dia da independência. Muitas nacionalidades diferentes num mesmo canto, isso é incrível! Muitos brasileiros também! Já abrimos conta no banco e fizemos o plano de saúde. De vez enquando encontramos um brasileiro pela rua, já vimos que temos que ter cuidado com o que falamos, tem brasileiro na fila do supermercado, no elevador, no banco, chega a ser engraçado.

Ainda nao conseguimos conhecer a cidade toda, sei que tem praias lindíssimas, mas estamos ainda nos adaptando ao fuso e ao cansaço, fizemos muita coisa no primeiro dia, ficamos exaustos! Os contatos ainda estão limitados pois não instalamos a net no nosso apartamento, breve estaremos conversando via skype. Estou usando a sala de computador do centro de absorção, aqui parece uma universidade, me sinto como estivesse voltado para a faculdade.

Por enquanto está tudo muito divertido! Ra'anana é linda, tranqüila e tem feito dias maravilhosos!
Estou muito feliz, encantada com tudo que estou vendo e conhecendo.

Léo esta fazendo sucesso! Conversa em hebraico e ainda faz piada... Fala inglês e dá aula de computador em espanhol. Eu tô devagar mas ainda chego lá! Pareço papagaio de pirata, às vezes me da aflição quando todos falam em hebraico e eu fico no meio sem entender nada, mas minha hora vai chegar!

Chegamos agora da festa do Yom Hatzmaut, dia da independência de Israel. Muitos idiomas misturados num mesmo espaço, numa mesma confraternização. Amanhã iremos a Tel Aviv e a festa continua!

Kiss! Lehitraot!

sábado, 3 de maio de 2008

Apenas um dia.

Hoje despedi do meu quarto, despedi um pouco também da vida que tive, dos sonhos, planos e conquistas vivenciados ali. Fechou o ciclo e isso dói, mas dói gostoso, se é que isso é possível. Não é uma dor de ferida, coisa aberta ou mal acabada, é uma dor de conclusão, dor de vida que passa e dá início a uma nova etapa... sabe quando sentimos que a vida tá andando? Sim! É isso! Dor de sentir que a vida passa... e rápido! Por isso que dói gostoso, porque a vida tá passando e eu tô escrevendo a minha história. E cá entre nós, escrevo com letra maiúscula!

Falta apenas um dia!

Kiss! Lehitraot!

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Tum, tum... Tum, tum...!!!

Ufa! Coração apertado!!!
Faltam 2 dias!



Kiss! Lehitraot!