segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vou ali, volto já!




Vamos dar umas voltinhas no velho mundo!
Partiremos amanhã e estaremos de volta dia 4.
Roteiro: Croácia e Itália.
Trarei novidades...

Kiss! Lehitraot!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Passeio quase ecumênico

Novamente fomos em Jerusalém. É uma cidade que tem tanta história que não tem como ver tudo num dia só, fora que as duas vezes anteriores fomos em grupo o que não nos permite traçar nosso próprio caminho.
Fomos no nosso carro, no nosso tempo e com a nossa programação. Acho que não comentei que agora estamos motorizados... Pois é, então agora todos já estão informados.
Bem, a primeira visita foi a cidade de David. O visual remete aos tempos medievais, bem bacana o lugar.

Fomos depois na Via Dolorosa, Santo Sepulcro e mesmo que não queira, temos que passar pelo shuk, que é parecido com o Saara do Rio, ou melhor, o Saara é que se parece com os Shuks de Israel. Por falar em shuk, posso contabilizar dois foras que levamos quase que simultaneamente, de dois vendedores árabes. Aqui ninguém faz questão de ser simpático e também parece que não fazem questão de vender, ou agradar o turista. Resolvi ver umas blusinhas, o vendedor deu o preço, achei caro e fui saindo, aí começa a negociação, o cara vai e abaixa o preço, mas eu realmente não estava interessada, mas como Léo não consegue ficar quieto teve que fazer piada. Léo falou pro vendedor que a blusa valia 10 shekel, o cara ficou puto e mandou a gente sair de perto pois estávamos atrapalhando a venda dele. Pensam que Léo saiu?? Nãoooo! Ficou rindo na frente do vendedor. O outro episódio, foi com um vendedor de doces. Esse eu não estava nem perto, mas só vi o cidadão sentar, pegar sua marmita e dizer que ia almoçar, que não era pra gente ficar pegando no doce, que era só pra ver... coisa de louco, pois aqui as mãos são a extensão dos olhos, ninguém compra um pão sem antes olhar e apertar bem, e na verdade léo estava realmente pegando o doce pois ia levar. Fiquei pasma! Lógico que não levamos, e dessa vez fui eu que fiz cara de debochada pro infeliz. Falei poucas e boas, óbvio que em português.

Como sempre, tivemos a desagradável companhia do calor israelense. Percorremos a Via Dolorosa, e acredito que se eu estivesse carregando uma cruz já tinha empacotado antes de ser crucificada, ia morrer desidratada. Seria até bom, pois não ia dar o gostinho de me verem sofrendo na cruz. Enfim, chegamos na igreja do Santo Sepulcro. Coisa triste de se ver... cada vez que eu entro em contato com a religião, ou ícones religiosos, acredito menos no homem. O Santo Sepulcro está largado, não tem lógica o Vaticano com seus milhões não investir no lugar onde realmente a história aconteceu. É lá que Jesus foi crucificado, seu corpo lavado e enterrado e depois loucamente resolveu ressuscitar.
E o que são aquelas pessoas enlouquecidas se esfregando na pedra em que Jesus teve seu corpo lavado? Escorre uma água, e as pessoas se molham, molham os objetos que compraram no shuk, é uma cena surreal.
Presenciamos um bate boca, em frente ao suposto túmulo de Jesus, que se ele estiver realmente enterrado ali, deve estar se revirando na tumba até agora. O ser humano é bizarro!

Por fim, tentamos ir até a mesquita mas fomos informados que já estaria fechada. Léo deu-se por satisfeito,ele estava achando as vielas que nos levariam até a mesquita muito desertas e ficou apreensivo. Eu estava "tranquiléxis", garota carioca, suingue, sangue bom! Ia ser ótimo fazer esse passeio ecumênico, mas os mulçulmanos resolveram fechar as portas cedo. Bom, temos um bom motivo pra retornar a Jerusalém!

Kiss! Lehitraot!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Só pensando um pouquinho...




“Como a gente se perde! A linguagem que o meu sangue entende - é esta. A comida que o meu estômago deseja - é esta. O chão que os meus pés sabem pisar - é este. E, contudo, eu não sou já daqui. Pareço uma destas árvores que se transplantam, que têm má saúde no país novo, mas que morrem se voltam à terra natal.”

Miguel Torga


Às vezes me sinto despatriada, sem casa, sem lugar, me sinto no meio do caminho sem saber pra onde voltar. Em Israel muita coisa se parece com o Brasil. Aqui tem uma diversidade cultural incrível! Tem gente de todo o mundo, que dá uma mistura legal! Respira-se religiosidade o tempo todo. Os lugares estão impregnados de história, de passado rico, triste, emocionante. Paralelo a todo este cenário, vemos o tempo todo gente armada e achamos tudo absolutamente normal, afinal, aqui segurança é prioridade. Mas não sinto nenhum clima de guerra, de perigo ou hostilidade, pelo contrário, me sinto muito mais segura aqui do que no Rio de Janeiro....

Depois que saí do Brasil, fiquei mais intolerante com certas coisas que acontecem no nosso país.
Aqui não é perfeito, assim como em nenhum lugar do mundo, mas quando a gente sai do país, não pra passear, a gente começa a redimensionar nossos problemas sociais. Não existe país como o Brasil em relação a diversidade e intensidade de belezas naturais e do povo maravilhoso, mas por outro lado percebo com muito mais clareza o quanto estamos no fundo do poço em relação a violência, a pobreza a tantas coisas negativas... fico muito triste, pois estou tendo a oportunidade de comparação, e vejo o quanto eu gostaria de viver no meu país com a segurança que temos aqui... infelizmente não temos tudo... infelizmente!

Kiss! Lehitraot!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Saudades...



Seu cachorro já lhe terá proporcionado muitas alegrias.
Cuide para que ele tenha um final de vida feliz.
Sempre que for possível, deixe que ele permaneça ao seu lado, pois este será, realmente, um dos poucos prazeres que lhe restarão na velhice.
A grande despedida está próxima, e ele, por instinto sabe disto.
É natural que deseje a companhia daquele que aprendeu a amar e respeitar durante toda sua vida.
Não o abandone agora.
Ele já não será mais aquele animal bonito de antes.
Seu pêlo começou a cair, seu caminhar perdeu a elegância e sua cabeça penderá, cansada, sobre suas patas.
Somente seu olhar acompanhará os passos de seu dono.
Lembre-se que, dentro do peito, ele ainda possui aquele coração que vibra com o som de sua voz... de seu mestre.
Chegando ao fim, não se envergonhe, chore!
Você acaba de perder, talvez o mais dedicado dos amigos...
O cão
(autor desconhecido)

Este texto é em homenagem ao meu Teddynho que ganhou asas no dia 06 de abril deste ano. Quatro meses de saudade, saudade, saudade...

Kiss! Lehitraot!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Três meses!



Hoje comemoramos três meses de Israel! Iofe!!
Ainda estamos no processo de reconhecimento. No sábado fomos até Tibérias. Fomos conferir o mar da Galiléia, ou Kinneret, que na verdade é um imenso lago de água doce, que é reservatório de água de Israel. Lá Jesus multiplicou os peixes e deu uma passeada por cima das águas. Eu creio que a galera que viu tal feito devia estar sob o efeito delirante que o calor provoca, pois por Tibérias ser abaixo do nível do mar 200 metros, o lugar é quente como acreditam ser o inferno. Daí também creio ter surgido a idéia do inferno ter fogo e ser muito quente. Fomos no museu Yigal Allon Center, e por Jesus sagrado tinha ar condicionado. Lá vimos o mar da Galiléia por um ângulo privilegiado e vimos obras seculares. O mais legal foi o barco que foi encontrado no inverno de 1986. O nível da água do Mar da Galiléia estava baixo e a linha costeira havia recuado bastante. Dois homens caminhando por esta linha, encontraram pregos no meio da lama, que acreditaram ser muito antigos. Chamaram especialistas que concluíram tratar-se dos remanescentes de um barco antigo,usado pelos judeus na batalha naval de Migdal contra os romanos, data de 67 D.C.
Quando saímos do museu ouvi a melhor definição do que era aquele calor todo. Léo falou que parecia que tinha um gigantesco secador de cabelos soprando em cima de nós. Definição perfeita! Não tinha como fugir daquele vento quente.
Depois fomos em Carfanaum, cidade de Jesus, onde restam as ruínas da casa do apóstolo Pedro, que pescava no mar da Galiléia. Casa esta, que abrigou Jesus após ele ter sido expulso de Jerusalém. Tinha também as ruínas da sinagoga onde Jesus pregava, ruínas do que fora uma moenda de azeitonas, ou mini fábrica de azeite de oliva. E muitas histórias impregadas naquelas pedras de riqueza secular.
Tirando o excessivo calor, o lugar é lindíssimo, a beira do Kinneret. Dá pra fazer uma viagem no tempo. Depois de Massada esse passeio foi um dos mais ricos de sensações.

Kiss! Lehitraot!

domingo, 3 de agosto de 2008

Pondo as notícias em dia!

Fomos em Natanya e em Hadera. Cada vez que conheço essas novas cidades bate desânimo. São tão feias. Prédios feios, cidade suja, falta de clima, que não sei explicar. Parece que esse povo não sai nas ruas, é tudo muito parado. O visual das praias é fantástico, o mar mediterrâneo é realmente lindo, mas em certos aspectos, negativos, continuamos no Brasil.

Fui ao médico dia 28, o consultório ficava na cidade de Bnei Brak, a distância é como se saíssemos da Tijuca e fôssemos pra Copacabana. As cidades são tão perto que parecem bairros. Pra variar, cidade horrorosa! Com H maiúsculo! Tá, até aí já sabemos dessa deficiência estética em Israel. Quando adentro o recinto médico o que vejo? Multiplicações de religiosas! A primeira indagação: O que estou fazendo aqui? A segunda: Por quê diabos me indicaram essa médica? Ah! Esse questionamento tem resposta, ela habla castelhano. E não teve mais nenhum questionamento, fiquei sentadinha com léo aguardando novas surpresas. O local era bizarro, sofás que pareciam da casa da avó da médica, e uma avó com muito mal gosto. Junto a recepção tinha aqueles depósitos que você coloca uma moedinha e sai uma jujuba. Eram dois depósitos, um de jujuba e outro de bolas coloridas que mais pareciam chicletes. Léo ficava olhando pra aquilo e me perguntava: Pra que isso? Imagino que deva ser para as crianças, filhos daquelas religiosas, pois o que religiosa sabe fazer de melhor são filhos, muitos filhos. Bom, mas não tinha nenhuma criança lá. E aquelas mulheres eram estranhíssimas. Tudo de peruca, coisa horrorosa! Uma menina novinha usando, perucas Lady, tá? Sei que quando é casada tem que cobrir o cabelo, se não está de chapéu ou lenço tá de peruca, isso é normal. E por conseguinte, todas ali já estavam na fase preparatória, de treinamento pra ter filhos, todas então casadas, logo seus cabelos eram cobertos, mas não sei porque diabos, todas resolveram ir de peruca, e das vagabundas! Cena bizarra! Filme de Felline perde!

Pra terminar, não quero zombar de ninguém, e se esse ninguém for meu marido menos ainda, mas preciso contar este fato, pois foi engraçado. Fomos na Marina em Hertzilia Pitchua, muito linda por sinal, nos encontrar com amigos brasileiros do Léo que vieram passear em Israel. Fomos num restaurante bacaninha e pedimos uma pizza. Papo gostoso, Leila e Luís muito simpáticos e agradáveis, mas chegou a hora de partirmos. Pedimos pizza que dava pra duas pessoas comerem juntas, sobrou pizza de todo mundo, pensamos, vamos levar! Até aí tudo certo. Léo chama a garçonete simpática e com toda a segurança que lhe é peculiar solicita a mocinha que quando for arrumar a “quentinha”, que coloque um código, sinal, pra identificarmos os sabores. Léo fala: Tacê asimlá bakufsá, bevakaxá? A garota ficou olhando pra Léo com uma cara que não sei descrever. Algo como, “não entendi”, misturado com, “esse cara é louco?”. Aí o Luís interviu: Léo, não seria siman, em vez de simlá? Ah! Sim! Risadas a parte tudo ficou resolvido e levamos nossas pizzas devidamente sinalizadas.
Mas sei que devem estar curiosos pra saber o que foi dito. Bem, traduzindo literalmente as palavras de léo, ele pediu pra mocinha que colocasse um vestido (simlá) em vez de um sinal, código (siman), na caixa.
Isso acontece! Só não acontece comigo porque eu ainda não falo.

Kiss! Lehitraot!