segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Guerra e Paz

Antes que pensem que falarei de Tolstói, me antecipo na explicação. Estamos vivendo, aqui em Israel, um período difícil. Após 8 anos sucessivos recebendo "presentes" vindos diretamente de Gaza, como centenas de catiúchas, Israel resolveu reagir. E como o poderio bélico de Israel é maior, o estrago também é maior. O mundo olhou feio, apontou seu grande dedo hipócrita para a "matança" que o estado de Israel está promovendo. Não sou a favor da guerra, mas sou a favor da defesa e penso que Israel faz muito bem em gritar para o mundo que está cansado de fornecer alimento, água, luz, etc, e em troca receber a intolerância em forma de mísseis. O problema é muito mais complexo do que eu expûs, pois a guerra envolve interesses maiores que muitas vezes desconhecemos e conflitos nesta região são constantes. O que dói em mim é ver que novamente muitos vão pagar para que poucos sustentem seu poder. A história se repete "desde que o mundo é mundo".

Passemos agora para os momentos de paz. Sim, isso é possível por aqui. Tenho que deixar registrado aqui os passeios deliciosos que fizemos durante a permanência da sobrinha de Léo em Israel. Fomos várias vezes em Jerusalém, passamos pelo Kotel e por debaixo do Kotel. Dentro dos túneis dá pra ver o quão grande é o muro. Fomos no museo dos pergaminhos do mar morto neste mesmo dia, cuja temperatura era bem baixa. Fomos em três sítios arqueológicos maravilhosos, um fica do lado do Kotel, o Parque Arqueológico de Jerusalém, o segundo em Cesaréia e o terceiro em Beit She'an, norte de Israel. Fiquei encantada com os banhos romanos de Cesaréia e Beit She'an. Também fomos em Haifa no Jardim de Baha'í, e passeamos à noite pelo Porto de Tel Aviv.

Por fim, no dia 3 comemoramos 8 meses de Israel e passamos o ano sem fogos, mas com comemoração. Eu e léo brindamos o ano junto com um casal de amigos aqui do Merkaz, com direito a espumante e esperança em 2009.

Kiss! Lehitraot!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal!



Em Israel não se comemora o Natal, mas durante toda a minha vida esta data foi devidamente comemorada, logo, hoje que é véspera de Natal, dia de reunião da família, da troca de presentes e carinhos, da ceia gostosa, não poderia deixar passar em branco, já que querendo ou não, está impresso em mim toda a aura que envolve este período!

Mesmo que não se acreditem nos símbolos natalinos, penso que podemos aproveitar este dia pra reflexão, já que um dia ou outro vamos, ou deveríamos parar para refletir sobre a vida, o mundo, a fraternidade, a paz... etc. Que seja hoje então o dia para pensarmos um pouquinho.

Deixo a sábia reflexão de Fernando Pessoa para finalizar a minha e iniciar a de vocês!

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas.
Que já têm a forma do nosso corpo.
E esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos
mesmos lugares.

É o tempo da travessia.
E se não ousarmos fazê-la.
Teremos ficado para sempre.
À margem de nós mesmos."

Kiss! Lehitraot!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Ahhhhhhhhhhhhhhh!!!


Quero usar este espaço pra expressar o meu contentamento e dividir com todos a última feliz novidade!
Já disse Jayme Ovalle que o câncer é a tristeza das células, pois é, as células do meu pai, depois de 10 anos, voltaram a sorrir!
Pena que tô aqui e não posso dar um abraço apertado no meu campeão!
Mas só pra deixar registrado: Sou uma pessoa muito feliz! Te amo pai!

Kiss! Lehitraot!

sábado, 8 de novembro de 2008

Abandono provisório de Blog

Tenho que admitir que deixei completamente de lado o geléia, agora só me resta pedir desculpas aos poucos leitores, se é que existem leitores.
As últimas novas foram os passeios a Galiléia, onde fizemos um rafting pelo Rio Jordão, digamos que não foi bem um rafting, pois o rio estava com o nível de água baixíssimo devido a falta de chuva dos últimos meses, e só tem uma quedinha da'água que não proporciona nem um pouco de emoção. Conhecemos neste mesmo dia Safed ou Tzfat, uma cidade religiosa e muito mística, onde se espalham símbolos esotéricos e da Cabala. Cidade feia e suja como toda cidade religiosa aqui em Israel.

Estivemos também em Eilat, neste período prolongado de feriados: Yom Kippur, sucot, entrega da torá, ficamos, por conta disso, com quinze dias de folga. O problema é que tudo, absolutamente tudo fica de folga também, o que significa que não temos nada para fazer, nenhum lugar pra ir, pois tudo vai estar fechado, ou seja, uma chatice igual a todo shabat, só nos resta aguardar e torcer para que os dias passem rápido.
Em Eilat encontramos com o mar vermelho esplendoroso e transparente, e só. Mais uma cidade suja e feia. Gente grossa e mal educada. Quanto mais conheço Israel, mais tenho saudade do Brasil.
Eilat fica espremida entre a Jordânia e o Egito, o que nos permite ver esses dois países ao longe. Ficou faltando o passeio em Petra, Jordânia. Vai ficar pra próxima pois devido a problemas com nosso carrinho, tivemos que voltar logo e de ônibus!

Kiss! Lehitraot!

domingo, 12 de outubro de 2008

Mais um outono.

Outubro é os mês dos librianos que amo! Ontem, dia 11, foi aniversário de minha mãe. Novamente, comemoração a distância. Acostumamos com quase tudo nesta vida, e uma das quais acho que não vou me acostumar é com a distância, enfim, é o que temos agora!
Um brinde a minha mãe, um brinde a vida e por que não, um brinde à tecnologia!
Aproveito o post para brindar minha pequena sobrinha Victória pelo dia de hoje, o das crianças!


Não importa se a estação do ano muda,
Se o século vira, se o milênio é outro,
Se a idade aumenta.
Conserva a vontade de viver,
Não se chega a parte alguma sem ela.

Fernando Pessoa


Kiss! Lehitraot!



segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Homenagem de aniversário

A Vida e as Estações

Eu queria que a vida fosse dividida em quatro estágios, mas que não acabasse nunca
A infância é como a primavera. É pura novidade e um calor que não sufoca nem faz pensar bobagens. Tem uma inocência quase cafona, uma singeleza clássica, e traz no íntimo a certeza de que pela frente vem coisa boa. A gente quer que passe logo, mas sabe que nunca mais será tão protegido, a mordomia não será eterna. É quando as coisas acontecem pela primeira vez, é quando num arbusto verde vemos surgir alguns vermelhos, é surpresa, a primeira de uma série.
A adolescência é como o verão. Quente, petulante, libidinosa.
Parece que não vai haver tempo para fazer tudo o que se quer e o que se teme. É musical e fotogênica. Dúvidas, dúvidas, dúvidas em frente ao mar. Mergulha-se no profundo e no raso. Pouca roupa, pouca bagagem. Curiosidade. Vontade que dure para sempre, certeza de que passa.
Noção do corpo. Festas e religião. Amor e fé.
A maturidade é como o outono. Um longo e instável outono,
que alterna dias quentes e frios, que nos emociona e nos gripa. Há mais beleza e o ar é mais seco, porém é quando se colhem os melhores abraços. Ficar sozinho passa a não ser tão aterrorizante. Fugimos para a praia, fugimos para a serra, as idéias aprendem a se movimentar, a fazer a mala rápido, a trocar de rota se o desejo se impuser, e não é preciso consultar o pai e a mãe antes de errar. É o outono que tentamos conservar.
O inverno é como a velhice. Tem sua beleza igualmente, exige lã, bolsa de água quente, termômetro e uma janela bem vedada. O que não queremos que entre? Maus presságios. O inverno é frio como despedida de um grande amor, mas sabemos que tudo voltará a ser ameno. Queremos que passe, temos medo que termine. Ficar sozinho volta a ser aterrorizante. O inverno é branco, é cinza, é prata. É grisalho.
E, de repente, também passa.
Eu queria que tudo fosse verdade, que a vida fosse assim dividida em quatro estágios que mais parecem estações do ano, mas que não acabasse, que depois do inverno viesse outra primavera, e outro verão, e outro outono, que nunca são iguais, mas sempre se repetem, sempre voltam, são tão certos quanto o sol e a lua, todo dia, toda noite. Eu queria.

Martha Medeiros

Léo! Parabéns por mais um outono...

Kiss! Lehitraot!

domingo, 5 de outubro de 2008

Comemorações!



Hoje comemoro duas vezes.
Cinco meses de Israel e não precisar votar nas eleições do Brasil para prefeito!

Kiss! Lehitraot!

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Feliz 5769!


A festa do Rosh Hashaná (que significa "cabeça do ano") começou no pôr-do-sol de segunda-feira, dia 29, e a passagem para o ano 5769 dá-se quando se avistar a primeira estrela no céu, já que a meia- noite não tem significado para os judeus.
A festa, que se prolonga até ao pôr-do-sol de quarta-feira, dia primeiro de outubro, começa com uma bênção acompanhada de pão, vinho e fatias de maçã molhadas em mel, para pedir a Deus um ano doce.

Na diáspora, a celebração do ano novo dura dois dias para que haja a garantia de que coincide com a data da festividade em Israel, porque, ao contrário do cristão, o calendário judaico é regido pela Lua.
O jantar de ano novo inclui a degustação de comida tradicional, como peixe gefilte fish (bolinhas de peixe), paté de fígado de galinha e de arenque e challah (pão branco redondo).

Um dos costumes ligados a esta celebração, em que são lidas algumas passagens da Bíblia Hebraica (Torah), é o toque de shofar, instrumento de sopro também utilizado em utras celebrações religiosas. Dez dias após a celebração do novo ano, acontece outra importante festividade judaica - o Yom Kipur (dia do perdão) no qual se costuma fazer jejum. "A única coisa que pode passar pelos lábios são rezas", dizem os religiosos.

Ontem jantamos na casa de brasileiros que moram em Raanana, seguimos o ritual de molhar pedacinhos de maçã no mel, acho que teremos um ano bem doce...

Kiss! Lehitraot!

domingo, 28 de setembro de 2008

Shana Tová!



Estamos em pleno clima de festa de Ano Novo judaico!
Shana Tová! Shalom!

Kiss! Lehitraot!

sábado, 27 de setembro de 2008

Mensagem para um dia chuvoso



Colabore com seu biógrafo. Faça, erre, tente, falhe, lute. Mas, por favor, não jogue fora, se acomodando, a extraordinária oportunidade de ter vivido.
Tendo consciência de que, cada homem foi feito, para fazer história. Que todo homem é um milagre e traz em si uma revolução. Que é mais do que sexo ou dinheiro. Você foi criado, para construir pirâmides e versos, descobrir continentes e mundos, e caminhar sempre, com um saco de interrogações na mão e uma caixa de possibilidades na outra.

Nizan Guanaes

Kiss! Lehitraot!

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Chove chuva, chove sem parar... please!


Hoje, próximo de completarmos 5 meses em Israel, caiu a primeira chuvinha!
Parece milagre!
Acho que é um bom sinal para o novo ano. Acho que são bençãos!
Ahhhhhhhhhh... cheirinho de terra molhada pela chuva não tem preço.
Que venham as bençãos!

Kiss! Lehitraot!

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Não nascemos prontos!

Hoje não quero escrever nada, não quero dizer nada. O texto abaixo fala por mim.

O sempre surpreendente Guimarães Rosa dizia: “o animal satisfeito dorme”. Por trás dessa aparente obviedade está um dos mais fundos alertas contra o risco de cairmos na monotonia existencial, na redundância afetiva e na indigência intelectual. O que o escritor tão bem percebeu é que a condição humana perde substância e energia vital toda vez que se sente plenamente confortável com a maneira como as coisas já estão, rendendo-se à sedução do repouso e imobilizando-se na acomodação.
A advertência é preciosa: não esquecer que a satisfação conclui, encerra, termina; a satisfação não deixa margem para a continuidade, para o prosseguimento, para a persistência, para o desdobramento. A satisfação acalma, limita, amortece.
Por isso, quando alguém diz “fiquei muito satisfeito com você” ou “estou muito satisfeita com teu trabalho”, é assustador. O que se quer dizer com isso? Que nada mais de mim se deseja? Que o ponto atual é meu limite e, portanto, minha possibilidade? Que de mim nada mais além se pode esperar? Que está bom como está? Assim seria apavorante; passaria a idéia de que desse jeito já basta. Ora, o agradável é quando alguém diz: “teu trabalho (ou carinho, ou comida, ou aula, ou texto, ou música etc.) é bom, fiquei muito insatisfeito e, portanto, quero mais, quero continuar, quero conhecer outras coisas
Um bom filme não é exatamente aquele que, quando termina, ficamos insatisfeitos, parados, olhando, quietos, para a tela, enquanto passam os letreiros, desejando que não cesse? Um bom livro não é aquele que, quando encerramos a leitura, o deixamos um pouco apoiado no colo, absortos e distantes, pensando que não poderia terminar? Uma boa festa, um bom jogo, um bom passeio, uma boa cerimônia não é aquela que queremos que se prolongue?
Com a vida de cada um e de cada uma também tem de ser assim; afinal de contas, não nascemos prontos e acabados. Ainda bem, pois estar satisfeito consigo mesmo é considerar-se terminado e constrangido ao possível da condição do momento.
Quando crianças (só as crianças?), muitas vezes, diante da tensão provocada por algum desafio que exigia esforço (estudar, treinar, emagrecer etc.) ficávamos preocupados e irritados, sonhando e pensando: por que a gente já não nasce pronto, sabendo todas as coisas? Bela e ingênua perspectiva. É fundamental não nascermos sabendo e nem prontos; o ser que nasce sabendo não terá novidades, só reiterações. Somos seres de insatisfação e precisamos ter nisso alguma dose de ambição; todavia, ambição é diferente de ganância, dado que o ambicioso quer mais e melhor, enquanto que o ganancioso quer só para si próprio.
Nascer sabendo é uma limitação porque obriga a apenas repetir e, nunca, a criar, inovar, refazer, modificar. Quanto mais se nasce pronto, mais refém do que já se sabe e, portanto, do passado; aprender sempre é o que mais impede que nos tornemos prisioneiros de situações que, por serem inéditas, não saberíamos enfrentar.
Diante dessa realidade, é absurdo acreditar na idéia de que uma pessoa, quanto mais vive, mais velha fica; para que alguém quanto mais vivesse mais velho ficasse, teria de ter nascido pronto e ir se gastando...
Isso não ocorre com gente, e sim com fogão, sapato, geladeira. Gente não nasce pronta e vai se gastando; gente nasce não-pronta, e vai se fazendo. Eu, no ano que estamos, sou a minha mais nova edição (revista e, às vezes, um pouco ampliada); o mais velho de mim (se é o tempo a medida) está no meu passado e não no presente.
Demora um pouco para entender tudo isso; aliás, como falou o mesmo Guimarães, “não convém fazer escândalo de começo; só aos poucos é que o escuro é claro”...

Mário Sérgio Cortella

Do livro Não nascemos prontos! – provocações filosóficas. Petrópolis,RJ: Vozes, 2006


Kiss! Lehitraot!

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Voltamos a terrinha!

Estamos de volta! Sinto que preciso de mais uma semana de folga pra descansar das andanças.
Bem, farei um resumão do que foram esses 8 dias de viagem.
Andamos e muito! Posso afirmar que aproveitamos todos minutos que tínhamos.
Saímos de Israel ainda de madrugada, chegando pela manhã na Croácia. São 3h de vôo, e ainda contamos com a vantagem do fuso horário ser de menos 1 hora lá. Aportamos na belíssima Dubrovnik. Gratíssima surpresa! Cidade agradável e com o mar Adriático resplandecente! A moeda local (kuna), está equivalendo 1 real para 3 kunas, ou seja, estávamos com uma certa vantagem financeira, tanto que caímos na besteira de comprar duas lindíssimas colchas para cama, duas toalhas e quatro pares de tênis. Digo besteira pois estávamos apenas no início da viagem e toda essa bagagem extra nos acompanhou o restante dos dias que se seguiram.
Em Dubrovnik. Passeamos pela cidade velha que é circundada por uma muralha medieval, mergulhamos no Adriático em duas praias, uma delas se chamava Copacabana, lógico que tínhamos que ir conferir, mas nada parecido com a Copa carioca. Nas praias de Dubrovnik não existe areia, só pedras e pedrinhas branquinhas, por isso a aquisição dos tênis, eles são específicos para este tipo de praia.

Depois pegamos um ônibus direto pra Trieste, Itália. De lá seguimos de trem pra Veneza, dormimos duas noites lá, passeamos pelas ilhotas de Murano, onde fabricam esculturas e objetos de decoração de vidro e Burano, onde as casas são todas coloridinhas e fabricam toalhas e paninhos bordados, vale a pena, maravilhosas!

Depois fomos pra Florença, ficamos duas noites também. De lá fizemos Pisa, onde fica a torre... rs! E Lucca, maravilhosa! A cidade é rodeada por uma muralha medieval, é uma cidadezinha, mas super movimentada, cheia de lojas estilosas. Passeamos também por Florença, visitamos os principais museus, amei o David de Michelangelo e outras esculturas, principalmente as inacabadas. Mas a cidade de Florença está bem suja e cheia de camelôs, isso não me causou uma boa impressão. Tem muito marroquino, árabe, angolanos e travecos brasileiros.A gente chegou em Florença anoitecendo, e a cidade tem um clima fechado, prédios escuros, construção pesada de anos e anos atrás.

Por fim, passamos uma noite em Verona, ahhhhhhhhhh Verona!!!! Amei!!!! Linda, linda, linda!!! Vimos o anfiteatro romano, o castel vecchio, a casa de Julieta, com direito a subir na sacada e o coliseu, que me decepcionou um pouco, pois como está em perfeito funcionamento, tem shows e eventos em geral, está com muita intervenção dos dias atuais, como cadeiras nos locais onde não existe mais a arquibancada original, o que tirou um pouco da singularidade do local. A capacidade é pra 20 mil pessoas.

A Europa está muito quente e como esses passeios são praticamente todos feitos a pé, cansa muito. Também está tudo muito lotado, muito turista... O que nos informaram é que o melhor período é em final de setembro, começo de outubro, pois já está refrescando e não está tão lotado. Não pega o frio intenso, nem o calor. O meio termo sempre é melhor.

Detalhes interessantes:
Tanto na Croácia quanto na Itália, pode-se beber água a vontade nas várias fontes espalhadas pela cidade, todas potáveis.
Ir no verão é ter a certeza de ter que conviver com o mau cheiro do povo. Europeu não gosta de banho e a inhaca é forte!
Nota zero pra educação e gentileza na Europa.
A verdadeira pizza marguerita não tem rodelas de tomate nem manjericão.
A melhor pizza não está na Itália, mas sim no Brasil.
Serviço público e ser humano é igual em qualquer lugar do mundo.
Por fim, presenciamos uma cena surreal em um trem, indo de Florença pra Pisa. Um pedinte, parecia marroquinho, passando de cadeira em cadeira, deixou um bilhetinho em que dizia que não tinha trabalho, etc. Detalhe especial é que o texto estava escrito de um lado em Italiano e do outro em inglês! Isso sim é primeiro mundo!

Kiss! Lehitraot!

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Vou ali, volto já!




Vamos dar umas voltinhas no velho mundo!
Partiremos amanhã e estaremos de volta dia 4.
Roteiro: Croácia e Itália.
Trarei novidades...

Kiss! Lehitraot!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Passeio quase ecumênico

Novamente fomos em Jerusalém. É uma cidade que tem tanta história que não tem como ver tudo num dia só, fora que as duas vezes anteriores fomos em grupo o que não nos permite traçar nosso próprio caminho.
Fomos no nosso carro, no nosso tempo e com a nossa programação. Acho que não comentei que agora estamos motorizados... Pois é, então agora todos já estão informados.
Bem, a primeira visita foi a cidade de David. O visual remete aos tempos medievais, bem bacana o lugar.

Fomos depois na Via Dolorosa, Santo Sepulcro e mesmo que não queira, temos que passar pelo shuk, que é parecido com o Saara do Rio, ou melhor, o Saara é que se parece com os Shuks de Israel. Por falar em shuk, posso contabilizar dois foras que levamos quase que simultaneamente, de dois vendedores árabes. Aqui ninguém faz questão de ser simpático e também parece que não fazem questão de vender, ou agradar o turista. Resolvi ver umas blusinhas, o vendedor deu o preço, achei caro e fui saindo, aí começa a negociação, o cara vai e abaixa o preço, mas eu realmente não estava interessada, mas como Léo não consegue ficar quieto teve que fazer piada. Léo falou pro vendedor que a blusa valia 10 shekel, o cara ficou puto e mandou a gente sair de perto pois estávamos atrapalhando a venda dele. Pensam que Léo saiu?? Nãoooo! Ficou rindo na frente do vendedor. O outro episódio, foi com um vendedor de doces. Esse eu não estava nem perto, mas só vi o cidadão sentar, pegar sua marmita e dizer que ia almoçar, que não era pra gente ficar pegando no doce, que era só pra ver... coisa de louco, pois aqui as mãos são a extensão dos olhos, ninguém compra um pão sem antes olhar e apertar bem, e na verdade léo estava realmente pegando o doce pois ia levar. Fiquei pasma! Lógico que não levamos, e dessa vez fui eu que fiz cara de debochada pro infeliz. Falei poucas e boas, óbvio que em português.

Como sempre, tivemos a desagradável companhia do calor israelense. Percorremos a Via Dolorosa, e acredito que se eu estivesse carregando uma cruz já tinha empacotado antes de ser crucificada, ia morrer desidratada. Seria até bom, pois não ia dar o gostinho de me verem sofrendo na cruz. Enfim, chegamos na igreja do Santo Sepulcro. Coisa triste de se ver... cada vez que eu entro em contato com a religião, ou ícones religiosos, acredito menos no homem. O Santo Sepulcro está largado, não tem lógica o Vaticano com seus milhões não investir no lugar onde realmente a história aconteceu. É lá que Jesus foi crucificado, seu corpo lavado e enterrado e depois loucamente resolveu ressuscitar.
E o que são aquelas pessoas enlouquecidas se esfregando na pedra em que Jesus teve seu corpo lavado? Escorre uma água, e as pessoas se molham, molham os objetos que compraram no shuk, é uma cena surreal.
Presenciamos um bate boca, em frente ao suposto túmulo de Jesus, que se ele estiver realmente enterrado ali, deve estar se revirando na tumba até agora. O ser humano é bizarro!

Por fim, tentamos ir até a mesquita mas fomos informados que já estaria fechada. Léo deu-se por satisfeito,ele estava achando as vielas que nos levariam até a mesquita muito desertas e ficou apreensivo. Eu estava "tranquiléxis", garota carioca, suingue, sangue bom! Ia ser ótimo fazer esse passeio ecumênico, mas os mulçulmanos resolveram fechar as portas cedo. Bom, temos um bom motivo pra retornar a Jerusalém!

Kiss! Lehitraot!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Só pensando um pouquinho...




“Como a gente se perde! A linguagem que o meu sangue entende - é esta. A comida que o meu estômago deseja - é esta. O chão que os meus pés sabem pisar - é este. E, contudo, eu não sou já daqui. Pareço uma destas árvores que se transplantam, que têm má saúde no país novo, mas que morrem se voltam à terra natal.”

Miguel Torga


Às vezes me sinto despatriada, sem casa, sem lugar, me sinto no meio do caminho sem saber pra onde voltar. Em Israel muita coisa se parece com o Brasil. Aqui tem uma diversidade cultural incrível! Tem gente de todo o mundo, que dá uma mistura legal! Respira-se religiosidade o tempo todo. Os lugares estão impregnados de história, de passado rico, triste, emocionante. Paralelo a todo este cenário, vemos o tempo todo gente armada e achamos tudo absolutamente normal, afinal, aqui segurança é prioridade. Mas não sinto nenhum clima de guerra, de perigo ou hostilidade, pelo contrário, me sinto muito mais segura aqui do que no Rio de Janeiro....

Depois que saí do Brasil, fiquei mais intolerante com certas coisas que acontecem no nosso país.
Aqui não é perfeito, assim como em nenhum lugar do mundo, mas quando a gente sai do país, não pra passear, a gente começa a redimensionar nossos problemas sociais. Não existe país como o Brasil em relação a diversidade e intensidade de belezas naturais e do povo maravilhoso, mas por outro lado percebo com muito mais clareza o quanto estamos no fundo do poço em relação a violência, a pobreza a tantas coisas negativas... fico muito triste, pois estou tendo a oportunidade de comparação, e vejo o quanto eu gostaria de viver no meu país com a segurança que temos aqui... infelizmente não temos tudo... infelizmente!

Kiss! Lehitraot!

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Saudades...



Seu cachorro já lhe terá proporcionado muitas alegrias.
Cuide para que ele tenha um final de vida feliz.
Sempre que for possível, deixe que ele permaneça ao seu lado, pois este será, realmente, um dos poucos prazeres que lhe restarão na velhice.
A grande despedida está próxima, e ele, por instinto sabe disto.
É natural que deseje a companhia daquele que aprendeu a amar e respeitar durante toda sua vida.
Não o abandone agora.
Ele já não será mais aquele animal bonito de antes.
Seu pêlo começou a cair, seu caminhar perdeu a elegância e sua cabeça penderá, cansada, sobre suas patas.
Somente seu olhar acompanhará os passos de seu dono.
Lembre-se que, dentro do peito, ele ainda possui aquele coração que vibra com o som de sua voz... de seu mestre.
Chegando ao fim, não se envergonhe, chore!
Você acaba de perder, talvez o mais dedicado dos amigos...
O cão
(autor desconhecido)

Este texto é em homenagem ao meu Teddynho que ganhou asas no dia 06 de abril deste ano. Quatro meses de saudade, saudade, saudade...

Kiss! Lehitraot!

terça-feira, 5 de agosto de 2008

Três meses!



Hoje comemoramos três meses de Israel! Iofe!!
Ainda estamos no processo de reconhecimento. No sábado fomos até Tibérias. Fomos conferir o mar da Galiléia, ou Kinneret, que na verdade é um imenso lago de água doce, que é reservatório de água de Israel. Lá Jesus multiplicou os peixes e deu uma passeada por cima das águas. Eu creio que a galera que viu tal feito devia estar sob o efeito delirante que o calor provoca, pois por Tibérias ser abaixo do nível do mar 200 metros, o lugar é quente como acreditam ser o inferno. Daí também creio ter surgido a idéia do inferno ter fogo e ser muito quente. Fomos no museu Yigal Allon Center, e por Jesus sagrado tinha ar condicionado. Lá vimos o mar da Galiléia por um ângulo privilegiado e vimos obras seculares. O mais legal foi o barco que foi encontrado no inverno de 1986. O nível da água do Mar da Galiléia estava baixo e a linha costeira havia recuado bastante. Dois homens caminhando por esta linha, encontraram pregos no meio da lama, que acreditaram ser muito antigos. Chamaram especialistas que concluíram tratar-se dos remanescentes de um barco antigo,usado pelos judeus na batalha naval de Migdal contra os romanos, data de 67 D.C.
Quando saímos do museu ouvi a melhor definição do que era aquele calor todo. Léo falou que parecia que tinha um gigantesco secador de cabelos soprando em cima de nós. Definição perfeita! Não tinha como fugir daquele vento quente.
Depois fomos em Carfanaum, cidade de Jesus, onde restam as ruínas da casa do apóstolo Pedro, que pescava no mar da Galiléia. Casa esta, que abrigou Jesus após ele ter sido expulso de Jerusalém. Tinha também as ruínas da sinagoga onde Jesus pregava, ruínas do que fora uma moenda de azeitonas, ou mini fábrica de azeite de oliva. E muitas histórias impregadas naquelas pedras de riqueza secular.
Tirando o excessivo calor, o lugar é lindíssimo, a beira do Kinneret. Dá pra fazer uma viagem no tempo. Depois de Massada esse passeio foi um dos mais ricos de sensações.

Kiss! Lehitraot!

domingo, 3 de agosto de 2008

Pondo as notícias em dia!

Fomos em Natanya e em Hadera. Cada vez que conheço essas novas cidades bate desânimo. São tão feias. Prédios feios, cidade suja, falta de clima, que não sei explicar. Parece que esse povo não sai nas ruas, é tudo muito parado. O visual das praias é fantástico, o mar mediterrâneo é realmente lindo, mas em certos aspectos, negativos, continuamos no Brasil.

Fui ao médico dia 28, o consultório ficava na cidade de Bnei Brak, a distância é como se saíssemos da Tijuca e fôssemos pra Copacabana. As cidades são tão perto que parecem bairros. Pra variar, cidade horrorosa! Com H maiúsculo! Tá, até aí já sabemos dessa deficiência estética em Israel. Quando adentro o recinto médico o que vejo? Multiplicações de religiosas! A primeira indagação: O que estou fazendo aqui? A segunda: Por quê diabos me indicaram essa médica? Ah! Esse questionamento tem resposta, ela habla castelhano. E não teve mais nenhum questionamento, fiquei sentadinha com léo aguardando novas surpresas. O local era bizarro, sofás que pareciam da casa da avó da médica, e uma avó com muito mal gosto. Junto a recepção tinha aqueles depósitos que você coloca uma moedinha e sai uma jujuba. Eram dois depósitos, um de jujuba e outro de bolas coloridas que mais pareciam chicletes. Léo ficava olhando pra aquilo e me perguntava: Pra que isso? Imagino que deva ser para as crianças, filhos daquelas religiosas, pois o que religiosa sabe fazer de melhor são filhos, muitos filhos. Bom, mas não tinha nenhuma criança lá. E aquelas mulheres eram estranhíssimas. Tudo de peruca, coisa horrorosa! Uma menina novinha usando, perucas Lady, tá? Sei que quando é casada tem que cobrir o cabelo, se não está de chapéu ou lenço tá de peruca, isso é normal. E por conseguinte, todas ali já estavam na fase preparatória, de treinamento pra ter filhos, todas então casadas, logo seus cabelos eram cobertos, mas não sei porque diabos, todas resolveram ir de peruca, e das vagabundas! Cena bizarra! Filme de Felline perde!

Pra terminar, não quero zombar de ninguém, e se esse ninguém for meu marido menos ainda, mas preciso contar este fato, pois foi engraçado. Fomos na Marina em Hertzilia Pitchua, muito linda por sinal, nos encontrar com amigos brasileiros do Léo que vieram passear em Israel. Fomos num restaurante bacaninha e pedimos uma pizza. Papo gostoso, Leila e Luís muito simpáticos e agradáveis, mas chegou a hora de partirmos. Pedimos pizza que dava pra duas pessoas comerem juntas, sobrou pizza de todo mundo, pensamos, vamos levar! Até aí tudo certo. Léo chama a garçonete simpática e com toda a segurança que lhe é peculiar solicita a mocinha que quando for arrumar a “quentinha”, que coloque um código, sinal, pra identificarmos os sabores. Léo fala: Tacê asimlá bakufsá, bevakaxá? A garota ficou olhando pra Léo com uma cara que não sei descrever. Algo como, “não entendi”, misturado com, “esse cara é louco?”. Aí o Luís interviu: Léo, não seria siman, em vez de simlá? Ah! Sim! Risadas a parte tudo ficou resolvido e levamos nossas pizzas devidamente sinalizadas.
Mas sei que devem estar curiosos pra saber o que foi dito. Bem, traduzindo literalmente as palavras de léo, ele pediu pra mocinha que colocasse um vestido (simlá) em vez de um sinal, código (siman), na caixa.
Isso acontece! Só não acontece comigo porque eu ainda não falo.

Kiss! Lehitraot!

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Não entendo, porquê não entendo?


"Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo".

Clarice Lispector

Kiss! Lehitraot!