quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Passeio quase ecumênico

Novamente fomos em Jerusalém. É uma cidade que tem tanta história que não tem como ver tudo num dia só, fora que as duas vezes anteriores fomos em grupo o que não nos permite traçar nosso próprio caminho.
Fomos no nosso carro, no nosso tempo e com a nossa programação. Acho que não comentei que agora estamos motorizados... Pois é, então agora todos já estão informados.
Bem, a primeira visita foi a cidade de David. O visual remete aos tempos medievais, bem bacana o lugar.

Fomos depois na Via Dolorosa, Santo Sepulcro e mesmo que não queira, temos que passar pelo shuk, que é parecido com o Saara do Rio, ou melhor, o Saara é que se parece com os Shuks de Israel. Por falar em shuk, posso contabilizar dois foras que levamos quase que simultaneamente, de dois vendedores árabes. Aqui ninguém faz questão de ser simpático e também parece que não fazem questão de vender, ou agradar o turista. Resolvi ver umas blusinhas, o vendedor deu o preço, achei caro e fui saindo, aí começa a negociação, o cara vai e abaixa o preço, mas eu realmente não estava interessada, mas como Léo não consegue ficar quieto teve que fazer piada. Léo falou pro vendedor que a blusa valia 10 shekel, o cara ficou puto e mandou a gente sair de perto pois estávamos atrapalhando a venda dele. Pensam que Léo saiu?? Nãoooo! Ficou rindo na frente do vendedor. O outro episódio, foi com um vendedor de doces. Esse eu não estava nem perto, mas só vi o cidadão sentar, pegar sua marmita e dizer que ia almoçar, que não era pra gente ficar pegando no doce, que era só pra ver... coisa de louco, pois aqui as mãos são a extensão dos olhos, ninguém compra um pão sem antes olhar e apertar bem, e na verdade léo estava realmente pegando o doce pois ia levar. Fiquei pasma! Lógico que não levamos, e dessa vez fui eu que fiz cara de debochada pro infeliz. Falei poucas e boas, óbvio que em português.

Como sempre, tivemos a desagradável companhia do calor israelense. Percorremos a Via Dolorosa, e acredito que se eu estivesse carregando uma cruz já tinha empacotado antes de ser crucificada, ia morrer desidratada. Seria até bom, pois não ia dar o gostinho de me verem sofrendo na cruz. Enfim, chegamos na igreja do Santo Sepulcro. Coisa triste de se ver... cada vez que eu entro em contato com a religião, ou ícones religiosos, acredito menos no homem. O Santo Sepulcro está largado, não tem lógica o Vaticano com seus milhões não investir no lugar onde realmente a história aconteceu. É lá que Jesus foi crucificado, seu corpo lavado e enterrado e depois loucamente resolveu ressuscitar.
E o que são aquelas pessoas enlouquecidas se esfregando na pedra em que Jesus teve seu corpo lavado? Escorre uma água, e as pessoas se molham, molham os objetos que compraram no shuk, é uma cena surreal.
Presenciamos um bate boca, em frente ao suposto túmulo de Jesus, que se ele estiver realmente enterrado ali, deve estar se revirando na tumba até agora. O ser humano é bizarro!

Por fim, tentamos ir até a mesquita mas fomos informados que já estaria fechada. Léo deu-se por satisfeito,ele estava achando as vielas que nos levariam até a mesquita muito desertas e ficou apreensivo. Eu estava "tranquiléxis", garota carioca, suingue, sangue bom! Ia ser ótimo fazer esse passeio ecumênico, mas os mulçulmanos resolveram fechar as portas cedo. Bom, temos um bom motivo pra retornar a Jerusalém!

Kiss! Lehitraot!

Nenhum comentário: