domingo, 25 de novembro de 2007

Entre dores e histórias

Tô na moda! Pois é, esses dias em que tenho passado com a minha sogra que está se recuperando de um duplo salto carpado, a la Dayane dos Santos, ganhei dela lindas blusinhas bordadas vindas diretamente da Hungria há mais ou menos uns 30 anos atrás. Podem acreditar, são lindas! Eu estava pegando uma roupa pra ela e encontrei essas preciosidades no seu guarda roupa, que mais parece um baú encantado, com tantas coisas antigas e incríveis! Arregalei os olhos de admiração e eis que ela me presenteou. A noite lendo uma revista de mulherzinha,tá no diminutivo,mas não no pejorativo, vi uma foto da campanha publicitária da Cantão e a modelo vestia um micro vestido idêntico às blusas! Gente, tô mais que na moda, tô atualizadíssima com as últimas tendências e nem fiz e nem faço força pra isso, não é o máximo?
Tenho passado bastante tempo com minha sogra por conta do acidente e está sendo o máximo! Ela é uma senhora de 82 anos, perceberam que o Léo é raspa de tacho, né?! Mas apesar da idade é muito lúcida e antenada. Entre dores e resmungos de dor tenho ouvido histórias maravilhosas de vida! Ela chegou ao Brasil com 9 anos, fugida da guerra. Deixou a Polônia para se aventurar com a família num país que na época, para muitos, era promessa de dias melhores. E assim foram. Conheceu um húngaro, que também fugindo da guerra, se estabeleceu em terras tupininquis. Casaram. E a vida foi dando conta de seguir tranquila. De tudo isso, o que me encanta, é que parece que só agora tô sabendo o que é ter uma avó, sim, ela tem idade pra isso, e todas aquelas características modelo de avó tradicional. A casa é decorada com móveis antigos, de madeira "da boa", faz compota e geléias deliciosas, tem um baú com roupas antiguíssimas, bolsas idem, que não se desfaz por nada nesse mundo, só quando a nora inxirida pede. E tem todas aquelas memórias e vivências para contar, bem coisa de vó dos livros infantis. Eu nunca tive vó, minhas amiguinhas passavam o fim de semana na casa da avó e eu nunca soube o que era isso, o que era ter uma casa de avó pra passear. Não traumatizei, não fiquei problemática por causa disso, mas perdi, agora eu posso constatar, vivências deliciosas, que só temos com nossos avós. Mas não vou me queixar, pois nessa altura do campeonato, por sorte ganhei uma emprestada, e tô podendo saborear o gostinho de ser neta.
Ela sempre me agradece por eu estar com ela nesse momento difícil, mal sabe ela que eu é que tô ganhando com esse convívio... Vou parar de escrever e ir correndo contar isso pra ela!

Kiss! Lehitraot!

Nenhum comentário: